Ao presenciar um acidente envolvendo energia elétrica, é necessário, primeiramente, desligar a fonte de energia para poder se aproximar da vítima. Se não for possível, acione a concessionária de energia elétrica da região ou o serviço de manutenção em casos de estabelecimentos comerciais e industriais;
Se a vítima estiver inconsciente (não responde quando chamada e tocada), verifique se a mesma respira observando a expansão do tórax. Caso a mesma, além de inconsciente, não esteja respirando, inicie, imediatamente, a reanimação cardiopulmonar. Peça para que alguém acione o serviço de emergência através dos telefones 192 ou 193 e traga um DEA - Desfibrilador Externo Automático (consultar seção Saiba mais).
Caso a vítima esteja consciente, é importante tratar queimaduras e demais lesões. Retire anéis, relógios e outros adornos;
Não retire roupas grudadas em feridas;
Em caso de fratura, imobilize o membro com talas ou outro suporte e evite movimentar a vítima desnecessariamente.
Em caso de hemorragia, aplique pressão firme no ferimento com um pano a fim de controlar o sangramento e, tão logo um kit de primeiros socorros esteja disponível, finalize o curativo
Encaminhe a vítima para um hospital, ainda que ela não apresente lesões aparentes, para avaliação médica, principalmente, cardiológica.
O choque elétrico é resultado da passagem da corrente elétrica pelo nosso corpo. Tal ocorrência leva a inúmeras lesões, como queimaduras, fraturas (provocadas pela queda) e a morte (eletrocussão). A gravidade vai depender de fatores como voltagem, corrente elétrica, trajeto, tempo de exposição, condições da pele, etc.
Uma pequena corrente elétrica já é capaz de causar sérios danos. A partir de 1 mA, por exemplo, há distúrbios químicos que nos fazem “agarrar a mão” no condutor elétrico, o que piora a lesão. A partir de 20 mA, pode ocorrer a parada cardiorrespiratória. Com 1A ocorrem queimaduras graves e, nos casos de contato com valores superiores, o óbito.
Erroneamente, acredita-se que a gravidade dos ferimentos está apenas nos pontos de contato (que são visíveis), mas isso não é verdade. O trajeto pode ser inespecífico entre estes pontos e causar danos em diversos órgãos internos. Além disso, correntes de baixa tensão, apesar de provocarem lesões com uma área menor nestes pontos, podem ser agravadas quando em contato com metais, já que estes superaquecem e pioram a queimadura. Já choques provocados por correntes de alta tensão (acima de 1000 volts) podem romper a pele, o que reduzirá a resistência e aumentará a gravidade das lesões, podendo causar queimaduras de terceiro grau (carbonização).
É importante solicitar um DEA - Desfibrilador Externo Automático pois, em caso de parada cardíaca, este terá sido originada por uma falha na geração de impulsos elétricos ocasionada pelo choque elétrico, sendo este equipamento necessário para o atendimento.
Por fim, ressalta-se que, mesmo em casos em que não há lesões aparentes, a vítima deve ser encaminhada para atendimento a fim de ser realizada uma avaliação.
Explorar: Você pode continuar lendo este texto aqui.
- LOPES, Derek Chaves; FERREIRA, Isabella de Liz Gonzaga; ADORNO, José. Manual de queimaduras para estudantes. 2021.
- PELLEGRINO, Jeffrey L. et al. 2020 American Heart Association and American Red Cross focused update for first aid. Circulation, v. 142, n. 17, p. e287-e303, 2020.
Ao se aproximar de uma vítima de choque elétrico, certifique-se de desligar a fonte de energia primeiro. Imagem: WUT789.
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